Tesouro Direto ou ETFs de Renda Fixa: Qual Escolher?

Desvendando as diferenças entre operação, tributação e liquidez

Investir em títulos de renda fixa ou ETFs de renda fixa? Essa dúvida tem se tornado comum, especialmente após eventos como o recente vencimento de R$ 260 bilhões em títulos do Tesouro IPCA+. Para muitos, a necessidade de redirecionar esses recursos trouxe à tona os ETFs de renda fixa. 

Apesar de serem popularmente associados à renda variável, os ETFs também oferecem versões compostas por ativos de renda fixa, como títulos do Tesouro Nacional. 

Vamos lhe ajudar a entender qual a melhor escolha para diferentes perfis de investidores.




O que são ETFs de renda fixa?

Os ETFs (Exchange-Traded Funds) são fundos de investimento cujas cotas são negociadas na bolsa de valores, como ações. Ao adquirir uma cota, você está comprando uma fração de uma carteira administrada por gestores profissionais.

No caso dos ETFs de renda fixa, a carteira é composta por ativos como títulos públicos federais, frequentemente vinculados ao índice IMA-B. Essa estrutura permite que os investidores participem de um portfólio diversificado sem precisar gerenciar cada ativo individualmente.

Como as cotas variam?

Assim como nos títulos de renda fixa adquiridos diretamente, a precificação dos ETFs de renda fixa utiliza a marcação a mercado. Isso significa que as cotas refletem diariamente as condições do mercado.

Por exemplo:

  • Suponha que você compre um título Tesouro Prefixado que promete pagar R$ 1.000 no vencimento. Se a taxa de juros subir logo após a sua compra, o preço do título cairá no mercado secundário. O contrário também ocorre: taxas menores elevam o valor do título.
  • Esse mesmo comportamento acontece com as cotas dos ETFs de renda fixa, mas, nesse caso, o valor reflete a variação de todos os títulos que compõem o fundo.

Resumo: Quando as taxas sobem, o preço dos títulos (ou cotas) cai, e vice-versa.




Principais diferenças: Investir diretamente em títulos ou ETFs?

1. Operação e praticidade

Investir em ETFs de renda fixa é ideal para quem deseja simplicidade:

  • ETFs: O investidor compra cotas diretamente na bolsa, sem precisar reinvestir após o vencimento de títulos individuais. Isso facilita investimentos regulares e elimina a necessidade de escolher títulos específicos ou datas de vencimento.
  • Títulos diretos: A compra de Tesouro Direto exige que o investidor escolha manualmente o tipo de título e gerencie o reinvestimento após o vencimento.

Exemplo prático:
Se você faz aportes mensais de valores menores, adquirir cotas de ETFs pode ser mais ágil e conveniente.

2. Tributação

Aqui reside uma das maiores diferenças:

  • Tesouro Direto segue uma tabela regressiva de imposto de renda:
    • Até 180 dias: 22,5% sobre os rendimentos.
    • De 181 a 360 dias: 20%.
    • De 361 a 720 dias: 17,5%.
    • Acima de 720 dias: 15%.
  • ETFs de renda fixa têm tributação fixa de 15% sobre os lucros, independentemente do prazo.

Dica: Para quem investe a longo prazo, os títulos diretos podem oferecer uma tributação mais vantajosa.

3. Liquidez

  • Tesouro Direto e ETFs de renda fixa permitem a venda em dias úteis, garantindo acesso ao capital rapidamente.
  • Outros ativos de renda fixa, como CDBs e LCIs, podem ter prazos fixos para resgate, o que limita a flexibilidade.

4. Gestão profissional vs. controle individual

  • ETFs: A gestão dos ativos é feita por profissionais que ajustam a carteira conforme as condições do mercado.
    • Benefício: Você aproveita a expertise do gestor, que decide, por exemplo, quando vender um título com lucro.
    • Custo: Os ETFs têm taxas de administração, embora sejam geralmente mais baixas que as dos fundos tradicionais.
  • Títulos diretos: O investidor tem controle total sobre quais ativos compra, podendo alinhar as escolhas com seus objetivos financeiros.

Resumo: Prefere delegar decisões e pagar um pequeno custo por isso? Opte pelos ETFs. Deseja personalização e controle total? Compre títulos diretamente.

5. Garantia da taxa contratada

Comprar títulos diretamente é a melhor opção para quem busca garantir a taxa de juros no momento da compra até o vencimento. Isso pode ser útil em situações planejadas, como a compra de um imóvel no futuro.




Escolhendo o melhor para você


A escolha entre Tesouro Direto e ETFs de renda fixa depende do seu perfil:

  • Conservadores e objetivos claros: Optar por títulos diretos pode ser mais vantajoso, especialmente se você deseja manter o investimento até o vencimento.
  • Praticidade e diversificação: Os ETFs são ideais para quem prefere uma abordagem simplificada, diversificada e gerida por especialistas.


Conclusão: Ambos os produtos têm vantagens únicas e podem até ser combinados em uma estratégia híbrida. O importante é alinhar suas escolhas aos seus objetivos financeiros, horizonte de tempo e tolerância ao risco.






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